Por Camila Bichuetti
Polanski ganhou o Urso de Prata de melhor direção pelo filme “O Escritor Fantasma”, porém quem recebeu o prêmio foram os produtores Robert Benmussa e Alain Sarde. Roman Polanski está em prisão domiciliar em Zurique, na Suíça, devido a algumas acusações de estupro pendentes nos Estados Unidos. Mesmo sem a presença do diretor, a equipe compareceu em peso ao 60º Festival de Berlim. Estavam presentes os atores Olivia Williams, Pierce Brosnan e Ewan McGregor, o escritor inglês Robert Harris, Alexander Desplat (autor da trilha sonora) e os produtores já citados anteriormente.
Um pouco do filme:
Ewan McGregor encarna o “escritor fantasma” de um ex-primeiro ministro britânico, Adam Lang, vivido por Pierce Brosnan, semi-exilado em uma ilha nos Estados Unidos. Lang é acusado de querer participar da guerra ao terror dos americanos. O personagem de McGregor assume a posição de um outro escritor, morto misteriosamente enquanto finalizava apurações sobre a vida do biografado.
Como sabemos Polanski é um homem que gosta de contar histórias. Em 2007, depois do cineasta e de Harris interromperem os planos para a adaptação de “Pompéia”, o escritor sugeriu um novo projeto. Roman aceitou a proposta de braços abertos. Era como se tivesse encontrado o seu novo “Chinatown”. Começava então o projeto de “O escritor fantasma”.
O filme começou a ser gravado no início de 2009, de fevereiro a maio, e o diretor foi preso em Zurique em setembro. Ainda assim, ele não interrompeu seu projeto. Continuou trabalhando à distância através de relatórios de pós-produção e DVDs.
O diretor, assim como Hitchcock, faz questão de abusar da ironia, sendo esta um toque essencial para o desfecho do filme. Ainda o comparando a Hitchcock, ele leva o personagem principal por um caminho onde todo o ambiente e clima é fundamental para o desenrolar da narrativa.
Coincidentemente, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, esteve recentemente envolvido em um inquérito sobre a guerra ao terror dos americanos. Mas o escritor Harris, havia escrito tudo muito antes disso acontecer. “Parece que tudo conspirou a nosso favor”, ele comenta. “É quase como se tivessemos previsto o que está acontecendo na Inglaterra.”
Assista ao trailer do filme:
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